quinta-feira, 9 de julho de 2015

Angústia Romântica


Uma vez me perguntaram: Onde reside a tua angústia?

Minha resposta?  Não sei.

Eu acho que existe uma angústia não necessariamente canalizada para algum lugar ou outro, ou alguém.
Existe é uma melancolia, que eu posso chamar, assim.
Que eu a uso bastante para compor ou escrever, por exemplo. Basicamente é isso.
Eu fico muito mais inspirada pela melancolia, pelos momentos de solidão e tristeza, do que por alegria ou por qualquer outra coisa.

Não sei se é vaga, esta melancolia.
O que é controverso, já que não sou uma pessoa triste, Sou realizada.
Mas eu acho que talvez por ser romântica demais, não no sentido de uma relação, mas no sentido literal, do lirismo e idealismo romântico.
Eu idealizo muito o mundo e sonho muito. sabe?

E vejo uma beleza triste. E é sobre essas coisas que gosto de escrever.

Honestamente acho que apareceu, em mim, uma mulher muito mais reflexiva
e que se permite mostrar mais sentimentos do que as pessoas estavam acostumadas a ver.
Do que eu estava acostumada a mostrar.
Porque eu não me sentia livre, antes, pra colocar as minhas angústias, meus medos, minhas melancolias, por exemplo... e não é só isso.
Eu também escrevo sobre coisas alegres. Eu também não sou um drama em pessoa.




sexta-feira, 19 de junho de 2015

Reflexôes

Acho que ninguém escapará de, um dia, ter a realização abrupta de ter mudado um bocado. Na realidade, acredito que viveremos esses momentos diversas vezes na vida; ao perceber que o nosso eu anterior se mudou para uma nova versão, que aprendemos mais, que nossas experiências se transformaram em uma lição que nos mudou, que há mais de nós em nós mesmos. Para mim, parece que esse "mais de nós" é parte do processo de amadurecimento - e que, para podermos nos tornar melhor ao mudar, é necessário que esse mais venha acompanhado do crescimento do nosso coração.

Crescer e amadurecer não é tarefa fácil. Às vezes essa infeliz verdade torna-se tão difícil que as pessoas trilham esse caminho se amargurando, se fechando, se vingando de alguém que acha que lhe fez mal, "fazendo inferno", amarrando a cara para o desconhecido ou o diferente. Algumas pessoas preferem lidar com suas cicatrizes se sentindo deformados por ela ou, pior ainda, superior pelas mesmas. Esses dois caminhos acabam levando à dor tanto para quem convive com uma alma assim e para quem tem uma alma assim. Pelo que vejo no mundo, são duas vertentes que levam ao individualismo, ao egoismo e ao desamor por si próprio e pelos demais. Obviamente ninguém conscientemente busca isso, mas é constante que se torne isso.

Não estou falando que seja uma opção "fácil", eu aprendi muito com uma pessoa em especial. Não é fácil porque ela acarreta dor mais tarde - mas é muito mais simples do que continuar se levantando sem carregar peso, e sim sabedoria, de cada queda. Conseguir olhar o mundo com ternura quando parece que o mesmo lhe deu uma surra é muito, muito complicado... Afinal, como podemos acreditar que há o amor, a gentileza, quanto tanto mal se passou?

A resposta é simples de dizer e difícil de seguir: FÉ

Fé em si mesmo. Fé no amor que se sente pelas pessoas que te cercam. Fé que há muito potencial em você, fé que você aprenderá, que se tornará melhor. Fé de que existe amor! As melhores pessoas muitas vezes não são as que tiveram sucesso de primeiro ou as que tem a vida pintada para parecer perfeita: As melhores pessoas são as que continuaram acreditando nelas e no mundo, independente das quedas.


Da mesma forma que agora a natureza parecer começar a fechar para seu balanço, eu também começo a pensar quais folhas da minha árvore da vida caíram, mas quais frutos maravilhosos isso me trouxe, após a chuva. Às vezes choramos tanto pelo que se foi, pelo o que disseram, pelo olhar triste, pelo "eu não te amo", sem imaginar que o que vem depois pode ser nossa benção disfarçada de azar. Não conseguir o que desejávamos tem muitas vezes, algum tempo depois, a prova de que escapamos de algo pior ao sermos forçados a pegar o caminho mais longo ou que algo muito melhor está para vir. 

Por isso, se eu pudesse ter a chance de lhe dizer algo, gostaria de incentivar você a refletir sobre o que passou em nossas vidas, o que estamos deixando para trás, e o que gostariamos de trabalhar em si daqui para frente. É um exercício pesado, mas que reflete brilhando nos nossos olhos quando conseguimos puxar nossa fé e nossa aptidão de ver gentileza no mundo e amor. Você pode me achar "cansativa", mas é nesse amor que acredito de verdade. Espero de coração que, independente do que você esteja passando, você consiga se transformar numa pessoa mais bondosa consigo mesma e com os demais por isso. 

Não perca a esperança. Trabalhe em prol dela, tentando se distanciar dos caminhos egoístas, com empatia pelos demais, os demais que machucam o outro desnecessariamente. Cuide de você e cuide do outro - pois nele há mais de você do que imagina.

Eu também tô aprendendo...

Lalá

quinta-feira, 18 de junho de 2015

5 Coisas que Aprendi em Relacionamentos




  Expectativa

É claro que nós temos muitas expectativas sobre tudo, não só sobre pessoas, como situações, mas o problema de se criar e ter expectativa, em um relacionamento, é que geralmente existem pessoas mais sonhadoras: Que esperam que as coisas aconteçam, que esperam que hajam como gostaria, esperam muitas coisas das coisas... Mas será que vale mesmo à pena depositar tanta energia em uma coisa ou algo que não depende de você?

"Eu poderia esperar que ele fosse mais romântico, que me trouxesse flores, que se declarasse e fizesse um jantar à luz de velas, ou que ele pudesse fazer um monte de coisas", então você cria esta expectativa em si. Mas eu ai? Será que a pessoa vai fazer tudo isso? Geralmente ela nem sabe que você criou tanta expectativa assim... Só que essa expectativa que você cria passa a ser uma ideia na cabeça como se fosse uma coisa que vai acontecer. 

Espere menos dos outros e espere mais de você!

Comece com: “O que eu posso fazer para...”, “O que as pessoas esperariam de mim?”, “O que eu quero ser?”. Eu quero ser mais produtiva no meu trabalho... Eu quero ser mais amorosa em meu relacionamento... Eu quero expectativa em mim mesma! Porque somente EU posso por em prática. Quando esperamos demais dos outros podemos nos chatear, não ser correspondida e se frustrar. É importante saber o que esperar das pessoas, (para isso devemos conhecê-las antes) e não criar expectativa muito longe da realidade, muito sonhadora, por que fica muito vaga e até quase platônica. E a pessoa não sabendo disso ela não tem como te corresponder. 

Crie expectativas sobre si mesmo, metas sobre si mesmo!

      Aceitação

O que é a aceitação?

Nós temos algumas ideias na vida como: “Eu espero encontrar alguém que me faça feliz", "Eu espero alguém que me complete.”. Esquece!
Quem vai te fazer feliz é você mesma e só se é feliz quando você faz outra pessoa feliz.
Ninguém completa ninguém, as pessoas se complementam. Trazem algo à mais para você mesma. Não existe pessoa perfeita, existe a aceitação de que você deve ter sobre como aquela pessoa é, afinal foi por esse motivo que o fez apaixonar-se. Todos tempos qualidades e defeitos. Cada um é cada um. A pessoa que vai te complementar é aquela pessoa que tem as QUALIDADES que você admira e os DEFEITOS que você tolera, mas nem todas as pessoas tem todas estas, afinal, mais uma vez, não existe pessoa perfeita.

Comportamento

A gente vive falando que “O transito me irrita”, “O fulano me irrita”, “A outra coisa me irrita.”.

Não!

VOCÊ se irrita, VOCÊ se chateia... Os problemas sempre irão existir, sempre! O que muda é a maneira como a gente lida com eles. Você quer se irritar com o transito? Você quer se irritar com o fulano? Você quer se irritar com a outra coisa? Não.

 Devemos ter a percepção de como reagimos às coisas e às pessoas. É um exercício: A maneira como mudamos nossas atitudes de acordo com as pessoas que estão à nossa volta. Então não culpe os outros. Melhore em si sua tolerância, paciência, calma, respire fundo! Só de compreender isto a gente começa a culpar menos os outros e começa a melhorar o que devemos melhorar.

Quando TUDO, absolutamente TUDO te irrita, há algo de errado em você!

Talvez a falta de alguma atividade que você goste, ou uma atividade física, ou ouvir musica, a leitura de um livro, assistir um filme. A falta de coisas que te agradam podem ser fatores que acarretam a falta de felicidade e de compreensão sobre si e sobre o mundo. Mude em você! Não culpe ninguém!

Estar em Primeiro Lugar

Se você está em um avião e acontece alguma coisa... 
“Primeiro em você, depois na pessoa que está ao seu lado.”

Primeiro nós devemos nos ajudar, quanto mais feliz você estiver, quanto mais preparado, mais forte você estiver melhor você vai lidar com tudo. Quando estamos nos sentindo completos é muito mais fácil de viver, de se relacionar... Devemos nos amar, cuidar, gostar. Tudo volta! 

Se você não estiver bem consigo mesma você não vai estar prepara para fazer nada por ninguém!

Dedicação e Disposição

Quando já estamos em um relacionamento às vezes a gente se acostuma, a gente se acomoda. A pessoa já está ali ao seu lado, já está apaixonada, você já a conquistou, ele disse “Eu te amo”, não precisa de mais nada. Será?

É preciso reconquistar, a cada dia: Fazer uma surpresa que ele goste, ter atitudes e palavras positivas, lembrar daquilo que você e a outra pessoa admiram um no outro e sempre colocar isso à cima de tudo. Cuidado, carinho, conquista... 
“Seria tão legal se ele fizesse isso por mim...”
 Vai lá e faz por ele então, não fica esperando. Antes que ele faça por você. Vai lá e faça! Porque eu tenho certeza que o resultado, ver o olhos dele brilhando e sorrindo vai despertar algo em você tão bom que será a mesma sensação se ele fizesse por você. É cíclico. 

E isso é com tudo: Amigos, família, relacionamentos...


Dedicado à uma pessoa que me fez crescer muito e que sou completamente apaixonada. 

Lalá. 




domingo, 31 de maio de 2015

WAR

Sempre adorei começar a minha missão no WAR conquistando primeiro a Europa. Em parte por ter algum anseio napoleônico dentro da alma, embora o grande motivo sempre foi saber que era a melhor maneira de depois me lançar sobre as Américas, Ásia e pegar a Oceania por diversão no processo. Estratégia, segredos, e o lançar dos dados. Algumas pessoas tratam relacionamentos como se fosse um jogo de tabuleiro - seja invadindo seu raciocínio mais rápido do que se fosse pelo cabo de Vladivostok, seja sempre dando o tempo de terror entre os ataques e jogadas. E, se bobear, arrasam e te levam Madagascar no processo.

O que aconteceu com o tempo onde as coisas pareciam ser mais simples? Quando não haviam regras de espera e do que seria esperado. Constantemente me dividido entre a emoção de uma corrida e a angústia de uma vingança que não busco. Aumento o número de exércitos, remanejo-os, posso até mandar um tangue. Mas, independente da diversão, uma parte grande de mim gostaria apenas de parar o jogo e deixar os dados intocados, todos eles com o seis voltado para cima. Não irá acontecer, ao menos não agora.

Chega um tempo em que o tabuleiro se torna seu quarto; pessoas antigas saem das caixas, enquanto outras mais recentes entram. O riso trocado em uma cama juntinhos ou o jogo de palavras em idiomas que não o nosso se misturam nas lembranças de outros: com as discussões, um casaco verde, carta colada na TV do quarto, uma aliança de namoro, que nunca foi usada ou existiu, um olho mel e outro preto no mesmo rosto. Cada um com seu jogo, suas regras, seus peões, suas lutas. Seu jeito!

Mesmo arrancando peças alheias e perdendo pedaços próprios no caminho, ainda consigo assistir no horizonte uma conquista nova. Europa, Ásia, e um grande país ao sul de uma América. E eu ataco com cinco exércitos pelo cabo de Vladivostock, só para conquistar teu coração.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Encontro a Mim Mesma

Não é de hoje o medo, embora seja de dias atrás a sensação recorrente sem o esconderijo da negação. É a minha risada que sai mais aguda e nervosa do que o normal, ainda não consigo compreender e entender "Por que ele fez isso?"

O devanear lógico que me leva quase ao enjoo e o constante pensamento: "eu perdi o jeito?".

Quando olho pelo meu ombro, para os últimos anos, eu sou obrigada a dizer que talvez. Mas eu consigo enxergar as provas que apontam para o não, os indícios, os sorrisos, os olhares cruzados. E, mesmo com todo um arsenal para levantar a auto estima, a voz crítica na minha mente pergunta, do mesmo modo que me perguntou em um Outubro tão distante quanto uma outra vida, se é o suficiente.
Talvez a verdadeira pergunta seja se eu sou o suficiente. Não para os outros, mas para as expectativas que tenho de mim mesma.

O pior inimigo é aquele que me olha no espelho, se perguntando o que poderia ter melhorado. Também é meu melhor amigo, que me faz ter o desejo de evoluir, de tocar as notas sem errar, de continuar firme nos valores, na lógica, no que é certo. E nessa ambiguidade e na equivalência de suas críticas, eu encontro à mim mesma, com os olhos ainda sem saber a resposta de qualquer pergunta cujo controle não seja exclusivamente meu.

Enquanto vejo os sinais escritos na tela do computador, eu me pergunto se eles são o suficientes. Aqui, e ali.

sábado, 16 de maio de 2015

Aquela Noite

Apesar de não saber, ele me ajudou a sair da tormenta. Ele me mostrou que ainda havia um erro pelo qual se arrependia e eu sai de um erro para ir de encontro ao que acreditava que era um acerto. 
Eu queria ver uma luta, não por ele, mas porque havia um duelo muito maior em mim: Do meu coração com a lógica e parecia que estava determinado a bater mais rápido que um beija-flor, em cada despedida. Naquele momento, voltei para uma nuvem que tinha o cheiro doce dele.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Você Me Deixou Sozinha

É gostoso se deixar acreditar naquela história de que, na hora certa, você saberá qual decisão tomar. Que uma campainha tocará no fundo do seu cérebro e você verá exatamente qual caminho da bifurcação é o correto, o mais feliz, o decente, o ético, o verdadeiro. De fato, algumas poucas vezes na vida eu tive a epifania do que fazer exatamente quando era necessário; no entanto, a maior parte do tempo a sensação é de esperar que a decisão seja feita pelas circunstâncias mais do que pelo pulo arriscado que é escolher. O maior medo de todos, talvez, seja que o que você quer não seja o que você precisa e que a escolha tenha sido tão, mas tão, errada.

Tomar uma escolha e não olhar para trás é a mesma coisa que mergulhar e confiar que não haverão pedras te esperando no mar tumultuado. Você nunca sabe: apenas torce, pressente e espera que o mergulho dê certo. As vezes você se afoga por alguns segundos antes de emergir e pensar "eu iria novamente". Mas sempre há o terror da idéia de que você pode não conseguir subir mais: a escolha não deu certo, você estava errado e não há mais volta.

Nos últimos meses, estive ensaiando a mesma queda livre diversas vezes. Por orgulho nunca me deixando saltar, e por medo nunca querendo saber o que me esperava lá embaixo. E, então, acontece a aparição que te faz acreditar que talvez a grande questão não seja exatamente o que te espera, mas o que te acompanha.

Muitas vezes eu desejei que houvesse alguém pronto para me segurar no final de cada salto. Uma rede de segurança bem firme, logo abaixo, pronta para aguentar a pressão do vento comigo. Porém, a cada dia, eu percebo que não é sobre o choque final, e sim sobre o momento anterior: quem está com você. Quem segurou sua mão. Quem passou em cima dos próprios medos, inseguranças, traumas, lembranças boas e ruins, para poder pular com você.

Se há alguém segurando sua mão, não é necessário destino. O maior impacto não é o vento gelado, ou a água revolta, ou o que for: são cinco dedos entre os seus. Firmes, fortes. Sem medo da queda. Sem medo de você

Lugar Escuro

A primeira vez que estive nesse lugar, estava me recuperando de um coração partido. Na segunda vez, meu coração estava cego. Agora, na terceira vez, a beleza de tudo ao meu redor parece ser multiplicada pela percepção que, mesmo com novas cicatrizes, meu coração pela primeira vez em muito tempo consegue captar a energia vibrante e a magia inerente à natureza sem estar perdido numa ilusão interior. Sem sofrer pelo que não alcançou, e sim se felicitar por tudo que está presente nesse momento.

Foi colocado para mim que é necessário muita coragem para arder no fogo sem se deixar sumir nele. Ser destruído pode ser parte essencial do plano para se reconstruir da maneira mais verdadeira possível, mas esse termo tão pesado parece esconder que por trás dele existe a oportunidade de ressurgir das cinzas. Não foi gostoso; pelo contrário, foi a pior dor que já senti: me dilacerou por dentro, me definhou o rosto, me fez perder por alguns momentos o prazer em sentir o mundo ao meu redor. Mas agora... agora sinto melhor todo o mundo. Me sinto como alguém que passou uma dupla de anos vendo tudo em preto e branco e que finalmente enxerga todas as cores - até mesmo as que jamais vi antes.

Corri pela grama, me alegrei na água fresca, quis fazer parte dos quadros que meus olhos captavam. Não senti vergonha alguma do ser completo que sou, e senti meu corpo empreitar-se para encaixar-se mais naturalmente ali. Mais do que a natureza, aos poucos vou sentindo minha alma se revelar em sua essência e descubro que ela é mais resiliente do que esperava: tal qual os ferimentos antigos que se fecham e me dão a chance de pular novamente, estou finalmente me fortalecendo dentro de quem amo ser: por mim, para mim, mas por todos no meu coração também. Finalmente.

Quando se está no abismo da depressão, acho que é quase unanime que paramos de ver sentido em qualquer atividade: o que amamos parece que não nos toca, e o que não nos faz bem parecem ser as únicas coisas que chegam até nosso espírito. Com tempo, tratamento e amor (próprio, dos seus amigos, da sua família, dos que te rodeiam), começamos a colocar pequenas doses de alegria dentro de nós mesmos - o texto lido, a risada inesperada, a sensação de estar bonita no espelho. São pequenas conquistas que merecem ser celebradas sempre que ocorrem, pois fazem parte do grande cenário da batalha na qual estamos durante a doença. Comemore cada dose extra de felicidade, mesmo que pareça um fantasma de alegria, pois em tempo haverá de ser alegria de fato.

Hoje parece que tenho momentos difíceis, mas os dias tem se tornado mais gostosos. Os fantasmas ainda me rodeiam, mas baixamos uma nova cortina (transparente, ciente, mas separadora) entre nossos mundos e a sensação que fica é que voltei a me encontrar nesse universo onde vivo - e vivo, sim, não mais apenas sobrevivo ou existo. Pois meu coração está preenchido por muitas pessoas, coisas, lugares e sensações que valem a pena amar; e em cada abraço, flor, mensagem e colo, encontro mais do que faz continuar acreditando no futuro valer sempre a pena: à mim e ao presente.

domingo, 3 de maio de 2015

A Culpa é da Austen

Tenho uma certeza bastante acirrada que a srta. Austen teria ficado mais do que feliz em colocar grandes alertas em neon em cima da cabeça de todos os senhores Wickham e Willoughby, nos conceder grandes bailes onde o tocar de duas palmas fosse eletrizante e possivelmente colocaria doses altas de declarações de amor poéticas. Claro que, como bem já disse num texto mais cedo esse mês, a grande lição dela é sempre de manter a esperança (mesmo que você seja Anne Elliot, não é?) e de nos mantermos atentas ao que se esconde por baixo das aparências.

Mas é difícil as vezes imaginar se há contrapartes de fato no mundo que sejam tão certeiras quanto nos livros. Em uma realidade onde te julgam por não confiar e ao mesmo tempo te contam uma traição, onde um sistema eletrônico parece o meio justo para terminar com alguém com quem se falava de casamento e onde pessoas sem remorso, sem noção e trapaceiras andam soltas em cada esquina... Como ainda acreditar em finais felizes? Como não se dobrar quando falam que é bobagem esperar ligações verdadeiras? Ou, ainda: como se manter fiel ao que tanto te falam para continuar tentando, em todas as esferas?

Tem dias em que todas essas questões rodam minha mente incessantemente; parece que há ali um medo tão latente, por baixo de toda a fé, que as vezes sobe e grita aos ventos seus temores. E eu o ouço, porque as vozes na nossa mente são as mais difíceis de calar. Mas, ainda assim, quero me apegar no que considero os verdadeiros finais felizes; as pessoas que de fato acham uma relação de via dupla, onde ninguém faz ninguém de bengala, onde há de fato uma troca de amor; aqueles que oferecem seus sorrisos aos demais mesmo quando falta em si mesmos; onde há saúde e beleza na realidade, e não ilusões açucaradas com olhares e confissões; os que não deixam de apostar em seus próprios corações, embora esses últimos tenham sofrido as piores decepções. Esses últimos, em especial, são os grandes heróis dos meus olhos.

São essas pessoas que me fazem pensar que romances, sejam de quem for, são reais. Não apenas romances no sentido mais românticos, mas todas as relações humanas: as amizades que nos machucaram, os laços de irmandade que se mostraram fracos... Que não é perda de tempo acreditar, ter fé, ficar de olhos abertos para o que é especial. Cantar as canções de ninar - mesmo aquelas que você julgou perdidas - para os medos pessoais, manter os olhos abertos para quem de fato é verdadeiro, continuar um dia de cada vez dando chances aos que entram em todas as esferas.

Por mais que Austen não tenha me preparado para uma vida de batalhas de fato, ela me ensinou um pouco que não vale a pena viver sem cicatrizes. Razão e sensibilidade trabalhando juntos para ver o mundo, deixando orgulho, preconceito e persuasão de terceiros para lá. Então, é. Talvez dona Jane tenha me preparado para isso, no final das contas: para trabalhar em acreditar em histórias felizes.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Reflexões Sobre o Amor

"E se for eu? E se eu tenha essa ideia de amor na minha cabeça e ela está totalmente errada?" 


Como em um romance de segunda categoria, cheguei à conclusão que o mundo como eu o conheci se ruiu debaixo dos meus pés e foi trocado por uma junção fantástica e abençoada de novos conhecimentos e medos. E um punhado de dor de cabeça. Então, é claro, achei que a coisa mais saudável a se fazer seria esquecer minhas histórias amorosas e dividir com o mundo a respeito dos meus novos conhecimentos sobre a vida e relações humanas - porque é esse tipo de coisa estranha que faço, ao visto, aqui neste quarto escuro (blog) que decidi dividir com vocês.

Passei 21 anos da minha vida acreditando no que me disseram em contos da fada, literatura clássica e filmes da Disney, de que um dia cruzaria olhares com um completo estranho na rua e que essa pessoa seria "a pessoa" da minha vida.

Pode ser um romantismo absurdo, imaturidade ou infantilidade, mas de fato acreditava de todo o meu coração que existiria alguém que seria minha alma gêmea; E agora, de maneira absurdamente leve e assustadoramente rápida, meu coração percebeu que não é bem assim que a banda toca. Não mesmo... 

Ainda acredito e confesso, até mais do que acreditava quando acordei ontem, que existem almas e espíritos destinados a se encontrarem e que compartilham uma ligação (elo) inequivocadamente romântica e eterna. Só que não acho mais que todas as pessoas só vão encontrar UM exemplar desses, ou que existirá aquele UM que superará todos os outros.

Pode ser que de fato existam “aqueles que cruzarão apenas uma vez com uma alma dessas e que não haverá espaço para dúvidas” - se esse é o seu caso, ótimo para você e felicidades, mas finalmente fui chocada com a realidade de que esse não é o meu e acredito que de sua maioria também.

Entreguei uma chave do meu coração pela primeira vez quando tinha 17 anos. Não percebi o que tinha acontecido, apenas que tinha dado à ele a chance de destrancar uma fechadura em uma sala especial dentro do meu espírito - um cômodo do qual já ouvia falar, mas que só então conheci. Mesmo com outras paixões, verdadeiras, felizes, trágicas, rápidas e longas, foi com ele que deixei aquela chave, aquele espaço, pela primeira vez e por mais que houvessem outras pessoas durante os anos seguintes que vivessem ao redor, havia aquele lugar onde só ele sabia entrar. Passei noites e noites em claro desejando que houvesse alguém que pudesse substituí-lo ali, tomando seu lugar e essa sala; e talvez seja um desses casos de que devemos ter cuidado com o que desejamos, pois quatro anos após um último beijo houve um primeiro beijo que mexeu com minha alma.

Tive inseguranças e dúvidas demais para serem citadas em um texto. Não sei se posso me culpar, mas a realidade é que uma parte de mim achou quase que absurdo o fato de que havia mais alguém que poderia passar por aquela porta. Passei outras tantas noites sem dormir, comparando-a com ele, com raiva das circunstâncias e com receio de que não haveria terceira chance e então disse SIM! Sim à ele e ao nosso futuro juntos.

Mas como o universo conspira muito mais do que nossa mente, um pouco mais de seis meses depois de mais um último beijo houve outro PRIMEIRO BEIJO; outra chave entregue. E, dessa vez, havia me prometido colocar a armadura pesada do medo e não me jogar, como fazia antes, mas me joguei, e o amo, e não o trocaria por ninguém.

No entanto, ele não me fez esquecer os outros e nem irá. Ninguém irá substituir nenhum deles, nunca.


Logo, percebo que o amor que uma vez senti, e é romântico, continua vivo dentro de mim tanto quanto quando eu tinha 17 ou 21 anos: Ele respira, ele existe. Cada vez que encontrar algumas pessoas, sentirei que há uma chave sendo colocada na porta, que alguém pede para entrar.

No momento a terceira pessoa ocupa toda a sala, todo meu sorriso: cada dia com ele é uma experiência nova, cresço mais, amadureço mais, e o amo mais - e agora com a consciência de que meu amor por ele, minha escolha emocional de que ele é a pessoa certa para mim, nesse momento (e, quem sabe, para todos os outros), não retira o fato de que os outros dois também são os amores da minha vida.

"Amor da minha vida." Esse é um termo que não saia da minha boca há alguns meses, que não tive coragem até então de empregar novamente, mas que agora o faço de coração leve e certeiro. Eles são as pessoas de quem jamais serei amiga, mas que sempre serei a maior amiga. Não sei se as chaves são só três e meu futuro estará entrelaçado com uma dessas pessoas em particular, mas sei que não importa o TEMPO, a DISTÂNCIA, a COMPANHIA, as escolhas minhas ou deles, meu amor continuará.

Todas aquelas vezes que achei que o amor deixaria de existir, estava falhando em entender que o amor de verdade jamais morre. Parece quase que semelhante a esperança, ao ter fé, mas ele ainda tem um pé terreno que só quem sente duas almas conectadas e ainda presas em seus corpos consegue entender. Não é meramente o incondicional, o altruísta e a firmeza que o tornam transcendental, mas há uma qualidade de fogo que pode tanto corroer como, mais maduro, aquecer, marcando quem o carrega.

Estou há um pouco mais de 24 horas matutando e tentando digerir de que talvez o destino tivesse sido conhecer essas pessoas, e que haverá pelo caminho circunstâncias, opiniões e momentos que me façam estar com uma ou outra.

Nesse preciso e exato momento da minha vida, sei exatamente o que é o certo para mim e quem quero nesse agora e estou tentando conviver com a noção de que ainda tenho muito o que aprender e viver antes de compreender o momento e a decisão que é quando decide-se estar "para sempre" com alguém. Porque pedir pra casar e dizer que me ama é muito fácil.

Dentro do meu coração, começo a entender que a jornada de amar jamais tem volta e paradas, apenas um caminho em frente. E, seja o que for que essa trilha me guarda, acho que posso me considerar sortuda e orgulhosa por amar três pessoas únicas de forma incondicional, romântica, louca e, assumidamente, por toda a minha vida. 

No fundo acho que estou vendo que a pessoa "certa" é uma escolha, e não uma imposição; como ser humano, obviamente haverá o medo de fazer a escolha errada, mas como apaixonada, posso dizer que pela primeira vez em muitos anos estou finalmente confiando nos caminhos dos meus próprios sentimentos - que hoje continuam de mãos dadas com a pessoa com quem escolho estar na sala mais escondida do meu coração.

Descobri que meus sentimentos e meu destino, caminho, ou seja como quiser chamar, são muito maiores do que um dia acreditei. E, tomada por todo o amor do mundo, pela primeira vez em anos acho que finalmente entendo o conceito do quão livre é o verdadeiro amor!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Aprendizados

Pensando pelas teorias brasileiras, o ano só começa de verdade depois do Carnaval. Já o meu ano de fato começou se renovando no dia 31 de Dezembro para o dia 1º de Janeiro, mas mesmo sentindo esse sentimento de finalização merecida, tem sido apenas recentemente que começo a ver os verdadeiros frutos de ter plantado, em mim mesma, a vontade de recomeçar. Há umas semanas pra cá, mais exatamente.

Obviamente há um período de "incubação" após grandes tormentas que precede o renascimento da luz. Esse renascer se dá muito mais como o quebrar da casca de um ovo, em oposição á uma retirada obstétrica bruta para o novo mundo. O que quero dizer com isso é que ficamos muitas vezes esperando um momento de profunda epifania para marcar o nascimento ou renascimento, um choro gritante, mas esquecemos que não apenas esse momento único pode não chegar, como podemos ignorar toda a jornada que pode antecedê-lo. Essa caminhada é muito mais longa e valiosa que se valorizarmos apenas o estouro da champagne.

 Nesse último mês, notei em mim mesma pequenas ações que, quando parei para pensar, significaram muito; mesmo que na hora eu não tenha notado. Pela primeira vez em oito anos (sim, oito anos!) escrevi sobre mim mesma apenas por querer me retratar e não porque precisava que alguém lê-se ou porque gostaria que ninguém soubesse sobre quem eu estava falando, enfim fui autêntica e sincera o bastante pra falar: Estou escrevendo sobre mim! É autobiográfico.
Me descrevi apenas pelo prazer de me descrever, por ter na minha mente uma questão estética e querer mostrá-la de alguma maneira. A verdadeira Larisse, não a que alguns supostamente acham que sou. 

 Percebi que voltei a gostar de visitar meus antigos desenhos, meus antigos projetos arquitetônicos, minha antiga agenda de sonhos...  De fazer pequenos agrados em forma de comida para as pessoas que amo. Notei que sentia falta de me arrumar para sair comigo mesma, de ir ao cinema sozinha, de me sentir confortável estando só.  De ser minha! 

Tenho plena consciência que ainda há um caminho longo que devo percorrer até me reencontrar depois da tormenta, mas conseguir apontar essas vitórias que poderiam passar despercebidas passou a alimentar a minha consciência de que estou aos poucos reencontrando uma Larisse que não via há muito, muito tempo. Sem deixar de lado o que outras tantas Larisses antes de mim viveram e aprenderam, mas resgatando também um amor próprio e um prazer em minha própria companhia que estava se perdendo durante um bocado de anos por pessoas e momentos que não valiam à pena.
Passei a fazer mais o que amo e não o que preciso e o que esperam que eu faça. Passei a passar a borracha ao que não preciso mais e às pessoas que não quero mais.

Dentro desse prazer em conviver comigo mesma, mesmo que ainda pontuado por momentos de baixa, percebo até mesmo a volta da vontade de conviver mais com as pessoas em que, de fato, encontro paz de espírito e um amor fraternal. Reconhecendo pedaços perdidos de mim mesma, em mim e nos meus amigos e família, começo a quebrar uma casca que nem tinha consciência de que estava me envolvendo: não de uma vez, não com um grande "BANG", mas sim com pequenas ações e momentos durante os dias mais comuns (e também os incomuns).

É natural e normal que as pessoas se percam, se reconquistem, se encontrem e reencontrem. Não buscando um novo eu, mas sim pedaços de um antigo eu que por ventura está faltando para deixar o eu atual o mais fiel à sua essência possível. Devemos sempre levar conosco as lições e aprendizados do passado, mas não deixando eles se tornarem uma cortina para a luz em formato de raiva, mágoa e desamor próprio.

Hoje penso no que amo, no que amei e no que quero amar em mim mesma. Sei que é uma jornada difícil, mas estarei aqui do meu próprio lado em cada passo que eu der. Contarei comigo mesma 24horas por dia.

Tô aprendendo...

quinta-feira, 2 de abril de 2015

O Silêncio

Sentia cada palpitar do seu coração bem abaixo da palma da minha mão. 
Senti que estava vivendo em um capítulo a parte daquela história, 
que não se encaixava com os demais e nem no meu raciocínio.

 Não conseguia saber o que falei, só que naquele instante o rosto que tentei beijar se virou para mim.
Abaixei a cabeça e entrei no carro, onde abaixei mais uma vez o rosto até chegar em casa;
dessa vez sobre o colo do meu travesseiro.

O dono de outra boca conhecida fez carinho nos meus cabelos até eu dormir de tanto chorar.
 Naquele momento, não soube quanto tempo a viagem até você levava.

Ainda é estranha a sensação: uma nuvem cheia de coisas não ditas, de não explicadas.
 Sinto um pouco que a nuvem é mais minha, mas pode ser porque não aguento o pensamento de ser mútua. Não sei se ele percebe que não consigo abraça-lo como abraço todo mundo: não consigo soltá-lo, com medo de que eu inteira desabe em algo que nem sei se existe dentro de mim. Por isso, nunca ponho meus pensamentos em seus braços. 

As vezes parece que me desligo um pouco do momento, para não cair numa tentação existente de servi-lo. As vezes também prendo a respiração para não sentir seu cheiro, (na lembrança). Em todos esses momentos, sinto curiosidade de saber se ainda é igual. E ai inspiro, só um pouco, naquele momento.

Estou perdendo o Anjo por conta do Pesadelo... Eu nao consigo tirá-lo de mim.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Orgulho e Preconceito

Como toda fã de Jane Austen bem sabe,
um dos problemas da vida é que o número de Srs. Wickham
é multíssimo maior que os de Srs. Darcy (independente do gênero.)

É muito mais fácil cair pela suposta perfeição e nobreza de alguém que se pinta conforme a plateia
do que pelas qualidades e defeitos de alguém que é abertamente imperfeito.

É muito fácil nos orgulharmos das grandezas de quem está atuando para conquistar o que deseja.

Por outro lado, é bem mais difícil aprender que, as vezes,
as paixões avassaladoras são baseadas em sentimentos para alguém
e apenas conforto e conveniências para outros.

Os senhores Wickham sempre serão vistosos em seu uniforme e pose,
mas nem todo senhor Darcy se apresentará como seus sonhos à princípio;

o que é conveniente, já que te dará a chance de ver o que você precisa e realmente quer,
ao invés de ser servido com as doces atuações de alguém.

Manter a fé e esperança nem sempre é fácil,
mas aliar ambas com os olhos abertos, além do orgulho e preconceito, é a verdadeira lição.

Ao menos é o que começo a notar nos casais que realmente tem histórias
(e não finais) felizes de verdade.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Experiências

Beleza? Integridade, inteireza.

Eu nunca passo impune por uma experiência, a gente cria um canal e recebe uma coisa que é da humanidade, que é da existência da vida, você vai receber e sentir a força de um vulcão, muitas vezes, dentro de você e vai deixar que passe.

Deixe ir

Quando você deixa se esvaziar plenamente, a coisa (o sentimento) passa por você e você realmente se surpreende o tempo inteiro com o que está vindo. E eu acho que isso é onde o teu ego não vai interferir e ai é muito bom, sinceramente, por mais louca energia que vá passar por você.

O que é interessante é você abrir o seu inconsciente, aquilo que você experimenta na vida você experimenta na arte, você experimenta na música, na literatura, nas palavras... Essa liberdade, essa não repressão é muito gratificante.

Eu experimento muita melancolia, eu assumo uma tristeza sem remédios, sem paliativos pra ela, mas uma coisa que aprendi é não me desesperar com ela e acredito que essa capacidade, de se conectar com ela, é digna de uma construção de uma obra de arte, não que é o caminho: "Para se fazer arte é preciso ficar triste", não é isso! Mas eu respeito essa sensibilidade porque é o ônus de você ser sensível, fazer arte e propor a construí-la.

Existem muitas pessoas frias e insensíveis no mundo...

E eu tô falando de mim como se eu soubesse exatamente como devo fazer e na realidade eu me perco pra caramba nessa busca, às vezes eu tô achando: "Não, é esse o caminho certo, o caminho da paz...", e ai as coisas já viram ao seu oposto, num movimento total.

Há um tempo atrás eu saberia dizer exatamente quem eu sou, o que faço, qual meu dinossauro preferido... Eu não sou capaz disso hoje, eu não sou capaz de dizer o que eu faço para... quem eu sou com... Vai variando, mas tem coisas que são básicas e o que me equilibra é buscar uma saúde física, mental, corporal, trabalhando isso e também às vezes experimentar uma experiência mais dionisíaca disso. Um momento em que você sai, bebe com os amigos,com o namorado, fica bêbada pela primeira vez, canta, dança e desequilibra um pouco essa ordem.... Eu preciso disso um pouco também, pra eu rir de mim mesma, se não eu vou ficando muito séria.

Tô aprendendo...

segunda-feira, 16 de março de 2015

Esconderijo

Por Daniel Cardozo

Surpresa. Essa talvez seja a palavra que mais se repete na minha cabeça enquanto vou tentando entrar no seu mundo. A cada dia conversando, descubro mais nuances e características surpreendentes. Talento para a música, timidez, voz delicada, conversa agradável e muitos outros fatores prendem quem chega perto.

O que intriga é pensar: nossa, quantas diferenças. Enquanto Larisse tem mais de uma década de dedicação intensa à música, eu nem posso ser chamado de músico. Se comparam os textos, tem muita discrepância aí também, afinal, lado a lado estão textos leves, poéticos e uma narrativa burocrática que o jornalismo político pede. Quando o assunto é religião, o abismo continua se abrindo. Meishu-Sama, Johrei e purificação do espírito são palavras-chave. No outro extremo, nem mesmo uma fé definida ou frequentar rituais são opções disponíveis.

No entanto, nem tudo são discrepâncias. O nível de dedicação à música se dissolve quando se avaliam os poderes que os acordes e as letras têm nos dois organismos, alegria, raiva, tristeza, melancolia. As palavras empregadas acabam sendo compreendidas pelos diferentes autores. E no momento em que a concepção divina está em pauta, uma coisa vem às duas cabeças, o respeito pela fé alheia. É, talvez seja normal ser tão diferente.

Mas algo que talvez tenha sido deixado solto foi o tal elemento surpresa. Ora, parece autoexplicativo, já que Larisse é uma das pessoas mais cheias de talentos que eu já vi. E fala de si mesma sem parecer uma subcelebridade, dizendo o famoso bordão “canta, dança e interpreta”.

Desculpe pelo clichê – que você, Larisse, sabe muito bem que não é uma das coisas favoritas para mim -, mas a intenção foi proporcionar um contraste. Afinal, a dona desse blog pode fazer qualquer coisa, menos fazer parte do lugar comum. Gosto pelos estudos, uma relação bem resolvida com a família, acompanhados de beleza e bom humor, não costumam andar juntos. Truco.

E as circunstâncias forçam até contornos diferentes. O               que era para ser um perfil – inicialmente, obedecendo todas as regras do jornalismo moderno, com lide, sublide e texto objetivo e conciso – acabou virando uma crônica (muito mal escrita e entediante, por sinal). Aliás, aceitar a tarefa de escrever sobre um ser humano complexo, mas ao mesmo tempo intrigante, foi algo que, admito, me pareceu desafiadora. No final, as palavras foram digitadas com fluidez. Sem sustos.

Foi possível dizer muito nesse texto, menos a explicação para uma pergunta possivelmente sem resposta. Onde você estava escondida?


sábado, 17 de janeiro de 2015

Caminhar


As coisas que geralmente faço, principalmente no meu dia-a-dia, são sempre de um risco um pouco grande. Convivo com uma autocrítica enorme e até autoafirmação. Eu tenho que estar preparada para lidar com os acontecimentos.... Geralmente estou.

O lado bom é que, em determinado momento, eu posso ouvir a opinião de algumas pessoas das quais eu me importo e conseguentemente suas opiniões, que sejam afirmativas, para me dar a certeza de que realmente é aquilo, o que eu penso. 

Excepcionalmente pelo fato de,
primeiro: Ser uma outra opinião. 
Segundo: Ser de pessoas que me amam e que tenho certeza de que querem ver o meu crescimento. 

Este crescimento  é interno

Sobre os riscos da vida?
Resolver alguns destes são bem individualistas e chega a certo ponto que parece que as oportunidades para cada um já estão se esgotando.

Percorrido tantos caminhos o amadurecimento é essencial.
Eu? 
Ainda estou caminhando....