quinta-feira, 2 de abril de 2015

O Silêncio

Sentia cada palpitar do seu coração bem abaixo da palma da minha mão. 
Senti que estava vivendo em um capítulo a parte daquela história, 
que não se encaixava com os demais e nem no meu raciocínio.

 Não conseguia saber o que falei, só que naquele instante o rosto que tentei beijar se virou para mim.
Abaixei a cabeça e entrei no carro, onde abaixei mais uma vez o rosto até chegar em casa;
dessa vez sobre o colo do meu travesseiro.

O dono de outra boca conhecida fez carinho nos meus cabelos até eu dormir de tanto chorar.
 Naquele momento, não soube quanto tempo a viagem até você levava.

Ainda é estranha a sensação: uma nuvem cheia de coisas não ditas, de não explicadas.
 Sinto um pouco que a nuvem é mais minha, mas pode ser porque não aguento o pensamento de ser mútua. Não sei se ele percebe que não consigo abraça-lo como abraço todo mundo: não consigo soltá-lo, com medo de que eu inteira desabe em algo que nem sei se existe dentro de mim. Por isso, nunca ponho meus pensamentos em seus braços. 

As vezes parece que me desligo um pouco do momento, para não cair numa tentação existente de servi-lo. As vezes também prendo a respiração para não sentir seu cheiro, (na lembrança). Em todos esses momentos, sinto curiosidade de saber se ainda é igual. E ai inspiro, só um pouco, naquele momento.

Estou perdendo o Anjo por conta do Pesadelo... Eu nao consigo tirá-lo de mim.

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